Rosh Há-Shaná

A festa de Ano Novo



No dia 14 de setembro, primeiro dia do mês de tishrê do calendário judaico, os judeus celebram a Festa de Ano Novo. É o começo de um período, de dez dias, reservado a um balanço do ano que passou. Esse tempo de penitência culmina com a festa do Yom Kipur, o Dia do Perdão.


No primeiro dia do mês de tishrê, Daniel celebra a Rosh Há-Shaná, a Festa de Ano Novo. Ele já recebeu de presente o novo calendário. É diferente do nosso, pois Daniel conta os anos a partir da criação de Adão. Segundo os cálculos de seu povo, no próximo dia 14 de setembro começa o ano de 5 757.

"A Festa de Rosh Há-Shaná", conta Daniel, "inicia um período para se fazer um balanço do ano que acabou. Não adianta mentir. Deus sabe de tudo. Na sua frente estão três livros: no primeiro, estão escritos os nomes daqueles que foram justos. No segundo, os nomes daqueles que foram ruins e no terceiro, os nomes daqueles que se comportaram mais ou menos. Quem fez tudo direitinho não tem nada a temer. Para esse, é reservada a felicidade. Mas quem foi ruim, ao contrário, vai receber sofrimento e morte. O futuro do terceiro grupo vai depender da sinceridade do arrependimento.

Na véspera da Festa, o pai acende duas velas. Depois, ao centro de uma mesa coberta por uma toalha branca, a mãe coloca dois pães em forma de trança para lembrar que no deserto, todo sábado, o povo recebia uma dupla ração de maná. Na mesma noite, depois da bênção do vinho e dos ritos de purificação, o pai mergulha o pão no mel para desejar a todos um "ano doce". Na ceia evitam-se temperos fortes, como o vinagre e o limão, para que o ano não seja ruim ou amargo. Algumas famílias têm costume de comer cabeça de peixe, para lembrar que Deus nunca deixa de ser o guardião, pois o peixe não fecha os olhos.

Para a Festa do Rosh Há-Shaná, a sinagoga é enfeitada com panos brancos em sinal de penitência e pureza. Também os homens têm que andar vestidos de branco. Durante a cerimônia, o povo faz orações onde pede perdão pelas culpas e invoca a misericórdia de Deus. O som do shofar, uma buzina de chifre de cordeiro, repetido várias vezes, lembra o som das trombetas que anunciam o Dia de Javé, o momento do grande julgamento. Ao final da cerimônia, todo mundo volta para casa.

Quando a gente morava no interior, havia um rio perto de minha casa. Meu pai, após a cerimônia na sinagoga, levava todo mundo para lá. Quando chegava na beira do rio, esvaziava os bolsos do paletó e das calças, como se estivesse jogando nas águas do rio todos os seus pecados.

Com o fim do dia, acaba a Festa de Rosh Há-Shana. Mas a penitência continua por dez dias, até chegar a Festa do Yom Kippur, que se celebra no dia 10 do mês de tishrê. Durante este dia, os judeus fazem orações e iniciam um jejum completo de 25 horas, como forma de conseguir a purificação do espírito."



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