Raízes das religiões afro-brasileiras
As religiões afro-brasileiras têm suas raízes em duas importantes culturas africanas: banto e nagô.
A cultura banto predomina em grandes espaços do território africano. Um terço da população negro-africana é banto. Como grupo lingüístico e cultural, o banto se estende da República dos Camarões até o sul do continente, incluindo Angola e Congo.
Dos antigos territórios desses dois países foi trazido um grande número de escravos para o Brasil, sobretudo para o Rio de Janeiro e Minas Gerais. Moçambique e toda a região sul da África é também de cultura banto.
Os elementos fundantes das religiões afro-brasileiras, porém, procedem das culturas sudanesas, sobretudo nagô. A contribuição nagô constitui praticamente a base dessas religiões.
Os Nagô - ou Iorubá - fazem parte do grupo cultural sudanês, que ocupou tradicionalmente a região do Daomé, Nigéria e Sudão, toda uma área que vai do Oceano Atlântico, a chamada Costa dos Escravos, até os limites do Egito.
Entre os sudaneses se destacaram, além dos Nagô, os Gêge, os Fanti-ashanti (negros-mina) e os Haussá, de culto islamizado. Todos contribuíram para a confecção desse vasto tecido religioso, ainda que os Haussá tenham sido fortemente reprimidos no século passado, chegando quase à extinção.
Sudaneses e banto, entrando no Brasil, misturaram-se em consideráveis proporções, resultando em cruzamentos biológicos, culturais e religiosos.
Já os Nagô reconstruíram suas práticas religiosas de origem com grande sucesso e fidelidade. O culto nagô - a religião dos orixás - está presente sobretudo na Bahia, onde mantém e preserva suas raízes africanas. - Antônio A. da Silva
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