Paralisações nas empreiteiras.

Empregados das "gatas" Conenge  e Marques Figueredo cruzaram os braços na última terça (5), no Rio Vermelho, Morro da Favela e Pirajá. Os motivos foram os de sempre: atraso de salário, do ticket-alimentação e vale-transporte.

As duas empreiteiras atrasaram os salários por dois meses, deixando os empregados desesperados. É comum o atraso do ticket-alimentação e vale-transporte. Querem que eles trabalhem com fome e sem nenhum dinheiro, mesmo para locomoção na cidade.

É tão ruim a situação que alguns trabalhadores de empreiteiras da Embasa têm apelado para o recebimento de propinas, em troca de não cortar a ligação de consumidor em atraso ou então para fazer  ligação irregular. Outros vão além: diante de tanta exploração, fazem "gato" na sua própria casa, pois não podem pagar a conta de água.

A Embasa é a principal responsável por isso. Apesar de pagar caro, não fiscaliza as "gatas" devidamente e estas ganham fortunas, executando o mesmo serviço várias vezes e, em muitas delas, sequer não dando solução.

A exploração dos empregados é a tônica dessas empreiteiras, seja pelo baixíssimo salário, seja pela jornada de serviço, seja pela não assinatura da carteira de trabalho. A Marques Figueiredo, inclusive, manda bater o cartão de ponto às 18 horas mesmo quando o "peão"  termina o trabalho às 20 horas. Um crime.
 

 


 
 
Os cordeiros e a PM.

A crise das Polícias Militares em todo o país está longe de ter chegado a seu final, como muitos "teimam" em afirmar, principalmente os porta-vozes oficiais. Estes agem como avestruzes. Enterram a cabeça no chão pensando que assim escondem d chefe supremo a realidade social que o país atravessa.

Se no início criticaram os governos estaduais, segundo eles, os responsáveis pela eclosão da crise, agora tecem loas ao governador do Ceará, Tasso Jereissati, que, usando do poder de mando sobre os oficiais de contracheques gordos, sufocou a crise em seu estado no nascedouro. Não sem antes o comandante da PM sair baleado no confronto.

Como não tem resposta para a crise que o governo federal criou ao engessar o funcionalismo público, nos três níveis - federal, estadual e municipal, procuram culpados fora do ninho dos tucanos, como, por exemplo, de que a CUT e o PT foram os responsáveis pelo confronto no Ceará.

A crise das PMs é também a crise dos barnabés. Só que estes não têm o poder das armas. Não usam fardas, quepes ou insígnias. Achincalhados, vilipendiados, baixam a cabeça. São o bode expiatório de todos os males da república fernandista. Tudo que há de ruim neste país tem um único culpado: os servidores públicos. Portanto, chegou a hora de acabar com a estabilidade e, no último estágio, demiti-los. Assim, jogando milhares de pais de famílias na miséria, o imperador mor finalmente resolve a crise do país.

Mas é sempre importante alguém levantar a voz e tentar fazer se ouvir. O reinado do faz-de-conta não vai durar para sempre. Um dia, o tucano terá que sair do ninho (ou será de cima do muro?) e voar pelas periferias das grandes cidades ou sobre a zona rural. Mesmo de cima há de ver, ou perceber, um outro país. Um país que não consta dos boletins oficiais produzidos pelas assessorias especiais. O país real. O país da fome, da miséria e da indigência. Torcemos para que este vôo aconteça o mais rápido possível. Fica difícil imaginar quanto tempo ainda os cordeiros ficarão à mercê dos seus algozes sem reagirem. Afinal, mesmo um cordeiro tem seu dia de lobo mau. Ou não?

Artigo do jornalista Haroldo Aquilles,   transcrito da Tribuna da Bahia de 5/8/97.
 

 


 
 
TOMENota
Esquecidos.
O diretor Câncio Sobrinho deu uma de Fernando Henrique, que pediu para o povo esquecer o que escrevera antes de assumir a presidência. Ao voltar da China e se deparar com o agradecimento que fez aos companheiros de Embasa em 90, publicado no Gotad'água, recentemente, também pediu para que esquecessem o que fizera. Só que o trabalhador não esquece que lhe foi solidário naquela época. Ingrato!
 
Fale com ele.
Quem conhecer aposentado ou demitido da Embasa, Cerb, Cetrel,  Saae's e Ensae, e que trabalhou até 1990 em uma delas, tem uma tarefa: avisar que procure o Sindae na segunda quinzena deste mês para assinar a procuração visando as ações individuais que vão reclamar as diferenças do FGTS  decorrentes dos planos econômicos de 86 a 90.
 
Visita.
A exemplo de outros colégios, alunos Antônio Vieira, visitaram o Sindae quinta-feira passada. Vieram saber como é um Sindicato, o que faz e qual sua ligação com a comunidade.
 
 
Canudos.
Palestras, exposição de slides e apresentação de artistas fazem parte das sessões especiais que ocorrerão nesta quinta (14), na Câmara de Vereadores e Assembléia Legislativa, marcando os 100 anos da destruição de Canudos. Vá e conheça a história do massacre de um povo.