Justiça faz justiça
Diretores reintegrados
após quatro anos de luta

A Embasa (e o governo) fez de tudo, atrasando o processo o quanto pôde, mas perdeu a batalha: na última quarta, dia 10, se viu obrigada a reintegrar sete dirigentes sindicais que afastou mais de quatro anos atrás,  numa odiosa tentativa de destruição do Sindicato.

O juiz Rubem Dias, da 6a. Junta de Conciliação, mandou reintegrar Adilson Gallo, Antônio Emilson, Antônio Alexandre, José Gomes, Luiz Primo, Raimundo Coutinho e Pedro Romildo. Eles tiveram seus contratos suspensos em maio de 93, sob alegação de abandono de emprego. Além deles, no mesmo dia foi reintegrado o delegado sindical de Paulo Afonso, Márcio Tavares.

A reintegração do grupo marca uma importante vitória dos trabalhadores. Foram eles, afinal, que deram demonstração de maturidade e compromisso com a luta, aprovando o aumento da mensalidade para sustentar os dirigentes afastados pela sanha autoritária e truculenta da empresa, ainda em pleno governo de ACM.

A vitória, porém, ainda não é total. Apesar de perder duas vezes na Justiça, em Salvador, a Embasa conseguiu recorrer para Brasília. Aqui, no Tribunal, perdeu por unanimidade dos juízes. A empresa não aceita a reintegração nem o pagamento dos atrasados.

De qualquer jeito, é a vitória  contra a arbitrariedade que tem marcado a relação da
empresa com seus empregados nos últimos anos.

Desde 91, a Embasa afastou 17 dirigentes sindicais, entre diretores, delegados e representantes. Desses, todos já retornaram, à exceção de Aurino Reis Filho, que aguarda julgamento do processo em Brasília.
 
 

Novela: do esconde-esconde
dos diretores aos foguetes
Quarta-feira (10), às 14 horas, os dirigentes afastados chegam ao Tribunal Regional do Trabalho. São orientados a ir até a sede da empresa, no CAB. Alegres, funcionários dão boas-vindas e ouvem-se foguetes. Às 16h45min, chega ao local a oficial de Justiça Fátima Schindler. Em sua mão, a ordem de reintegração de sete diretores do Sindicato e mais um delegado sindical. No esconde-esconde de diretores e, sobretudo, do presidente da empresa, José Lúcio Machado, o tempo correu, com alguns dirigentes sindicais vigiando as saídas da empresa, outros sentados na ante-sala do presidente Zé Lúcio. Às 18 horas, por telefone, o juiz que concedeu a liminar de reintegração, Rubem Dias Nascimento Júnior, da 6a. Junta de Conciliação e Julgamento, diz para a oficial de Justiça que a reintegração teria de ser cumprida no mesmo dia, mesmo por citação do advogado da empresa. Os advogados da Embasa são avisados e, às 19h35min, finalmente, o diretor administrativo, Juvêncio Barbosa, se curva e aceita assinar o termo de reintegração.