Terra, planeta água |
Primeiro homem a viajar pelo espaço e dar uma volta completa em torno do nosso planeta, em 1961, no início da corrida espacial, o astronauta russo Yuri Gagarin fitou bem os olhos pela janela da sua nave e disse uma frase que se tornou célebre: "A Terra é azul". De fato, lá do alto esta é a visão que se tem e é mais do que verdadeira. A massa de água é muito superior à de terra, cobrindo três quartos da superfície do planeta.
Para não mexer com números muito grandes, formados por tantos algarismos capazes de complicar até a vida de uma máquina de calcular, o homem optou por medir a massa de água em quilômetros cúbicos. Mas ainda assim é tudo grandioso: o volume total de água na terra é da ordem de 1,44 bilhão de quilômetros cúbicos. Nada menos do que 1,4 bilhão está nos oceanos, enquanto 29 milhões nas geleiras e calotas polares, 8,5 milhões no subsolo, 200 mil nos lagos e rios e 13 mil quilômetros cúbicos na atmosfera.
Desses números se pode conferir: de toda a água do planeta, cerca de 97% são de água salgada. Dos 3% restantes (água doce), existem 2,3% armazenados nas geleiras e calotas polares e somente 0,7% (contido no subsolo, lagos, rios) é possível de exploração. Esses 0,7% representam 9 milhões de quilômetros cúbicos de água doce.
Se há quem ache muito esses 9 milhões de quilômetros cúbicos, é preciso salientar que este volume de água doce é uma reserva limitada no planeta. É daí que surge o dilema: como atender uma população cada vez maior, bem como as necessidades do crescente parque industrial no mundo, se o homem sequer preserva os recursos hídricos que dispõe? Em vez de preservar, o que se nota é a degradação acelerada dos mananciais de água, em várias partes do mundo. Para não ir muito longe, é só observar quantos foram mortos no Brasil nos últimos anos.
A água se constitui num elemento vital para o ecossistema e é básica para o desenvolvimento das diversas atividades humanas. Infelizmente, porém, tem se tornado, progressivamente, escassa tanto em qualidade quanto em quantidade. Se nada for feito para mudar a consciência do homem sobre esse patrimônio natural, mais cedo do que se imagina seríssimos problemas estarão pertubando a existência humana na face da terra.