Após 26 anos de trabalho pastoral padres deixam paróquia de Vilar dos Teles


Os três padres da Congregação do Espírito Santo, que atuam na paróquia de Vilar dos Teles, estão deixando a diocese. Em maio deverão entregar a paróquia a uma nova equipe pastoral.

Com a saída de Miguel, Eduardo e Finbar, encerra-se também a presença da Congregação na diocese. O reduzido número de padres e a necessidade de atender a numerosos outros empenhos em várias partes do Brasil e do mundo foram elementos decisivos para que a Congregação do Espírito Santo tomasse esta difícil decisão. Os padres que saem, sabem que deixam para trás comunidades que aprenderam reconhecer e valorizar seu trabalho, pessoas com as quais criaram laços de amizade muito consistentes e um ambiente que durante anos se tornou a eles familiar. Deixam a paróquia com pesar e tristeza mas também com a satisfação de ter dado à diocese, sobretudo em seus primeiros anos de vida, uma contribuição importante.

As comunidades - que em sua chegada eram apenas 3 e hoje são 16 - lembram com carinho cada um que passou por lá ao longo destes 26 anos, independentemente do tempo que ele tenha ficado: Estévão, Bernardo, Davi, João Doyle, Jerry, Miguel Antônio, Marcos, Jaime, Tony, Patrício Donovan, Patrício Kelly, Eugênio, Miguel Looney, Léo, Eduardo, Finbar e Miguel.

— Pe. Jayme, Marcos e Patrício Donovan foram incansáveis no surgimento de novas comunidades. Pe. Jayme foi, talvez, o que mais visitou bairros, ruas e casas. Fazia questão de participar da vida dos mais pobres e marginalizados - lembra ainda Julieta, atual secretária da paróquia.

Dos outros também se guardam vivas lembranças. De João Doyle as pessoas dizem que estava sempre preocupado com a formação das pessoas, especialmente aquelas que começavam a participar. De Davi e Patrício, que sabiam acolher as pessoas de forma muito especial. De Tony, que era sensível e atento principalmente aos jovens. As liturgias paroquiais que hoje se celebram conservam ainda algum toque introduzido por ele. Na época, havia quem considerasse suas inovações de 'modernas demais'. De Barnardo, que amava os jovens. Alguns deles mantêm-se até hoje presença ativa nas comunidades. Outros se engajaram no movimento popular. De Eugênio lembra-se a natureza calma, discreta e cordial que parecia querer ajudar sempre mas de forma anônima. De Marcos e Miguel, que, além de padres, eram psicólogos e ajudavam as pessoas a se conhecerem melhor para tornarem-se mais seguras na participação.

O mesmo carinho é manifestado quando se fala dos padres atuais.

— Pe. Eduardo está sempre preocupado em fazer a Igreja mais presente entre os necessitados. Incentiva as comunidades a saírem ao encontro do povo, participando dos movimentos populares. Também está à frente da construção do Centro de Formação, que ele deixa praticamente acabado - testemunha ainda a Julieta.

Do Pe. Miguel dizem que é transparente e justo, amigo que sabe compartilhar a vida das pessoas e que cada vez mais mostra capacidade de identificação com o povo brasileiro.

Ao Pe. Finbar, o mais idoso, as pessoas agradecem seu espírito de acolhimento, sua generosidade e a maneira carinhosa de se fazer presente no dia-a-dia das comunidades.

— Todos os espiritanos plantaram aqui sementes que brotaram e cresceram. Temos esperança que muitas ainda hão de florescer. Estão lá, no solo, e agora temos a consciência que já depende mais de nós o trabalho de fazê-las germinar - conclui a Julieta, compartilhando o sentimento de muitos outros.

A paróquia de Vilar dos Teles deverá agora passar por um processo de reestruturação que já começou. Uma nova equipe pastoral está sendo formada para acompanhar as Comunidades. O bispo esteve na paróquia onde encontrou o Conselho Paroquial e explicou o projeto que foi elaborado e deverá ser realizado a partir de maio.




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