Antonio Héliton de Santana
O QUILOMBO DE PALMARES
Você sabe o que é
O conhecido quilombo
A comunidade negra
Resistindo a todo tombo
Pra viver em liberdade
Mudando o toque do lombo
Dos quilombos do Brasil
Palmares é exemplar
Ficava em Alagoas
Não se pode duvidar
Umas trinta mil pessoas
Viveram tão bem por lá
Os negros, índios e brancos
Uma total harmonia
Viveram a fraternidade
Que se sonha hoje em dia
Uma vida igualitária
Motivo de alegria
Palmares, comunidade,
Comunidade rural
Os bens por lá produzidos
Repartidos coisa e tal
Conforme a necessidade
De cada um, em geral
A outra parte dos bens
Era pra se prevenir
Em tempo de luta e seca
Outra parte pra servir
Pra trocar por ferramenta
E armas, não vou mentir
A vida livre, de irmãos
Atraia a negrada
Fugiam para Palmares
Uma longa caminhada
Em busca da liberdade
A hora era chegada
Para conter os escravos
Senhores proprietários
Como também o governo
Que eram os mandatários
Atacavam o quilombo
Um bando de salafrários
Foram vinte os ataques
Ao quilombo de Palmares
Num o chefe Ganga Zumba
Em um piscar de olhares
Foi ferido e fugiu
Em busca de outros ares
Temendo outros ataques
E não poder resistir
Ganga-Zumba fez acordo
Pro governo garantir
Uma terra pra viver
O que disso pode vir?
Viviam nessa terra
Os em Palmares nascidos
Os fugitivos escravos
Para os donos devolvidos
Diante desse acordo
Palmaras foi dividido
Palmares foi dividido
Parte ficou com Zumbi
a outra com Canga-Zumba
Leia direito aqui
Por vinte anos Palmares
Inda pode resistir
Ao todo foram cem anos
De vida em fraternidade
Resistindo aos ataques
Lutando contra a maldade
Lutando pra viver livre
Num mundo de igualdade
O Domingos Jorge Velho
Comandou a expedição
Que destruiu o quilombo
Com ataques de canhão
Destruíram o quilombo
Porem sua lembrança não
Inda há comunidades
Que foram velhos quilombos
Caso isso seja provado
Sentado não leva tombo
A terra passa prós negros
Me disse isso um pombo
Quem garante o direito
É a constituição
A Lei Maior do Brasil
Mas com organização
Com luta, com exigência
Com a reivindicação
Recuperar essas terras
É dever do quilombola
Do negro lá do quilombo
É conquista, não esmola
Tou com você e não abro
Como o papel e a cola
©Antonio Héliton de Santana
Outros cordéis
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Antonio Héliton de Santana
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