Antonio Héliton de Santana
A LUTA DOS NEGROS
PELA CONQUISTA DA LIBERDADE
A lei áurea é a lei
Derradeira do Brasil
Que dizem que acabou
Com um sistema bem vil
A tal de escravidão
Isso é bala sem fuzil
Você já sabe de cor
O que é escravidão
Três séculos e meio
Sem liberdade, pois não
Muito açoite. Muita luta
Em prol da libertação
Os negros tudo faziam
Pra conquistar a liberdade
Assassinavam, fugiam
Com muita luta e vontade
Formavam até quilombos
Vida em comunidade
Aos poucos, a liberdade
Ia sendo conquistada
Por isso em oitenta e oito
Da era que foi passada
Havia poucos escravos
Bem pouquinho, quase nada
Em cem, somente seis negros
Viviam na escravidão
Liberdade conquistada
Não presente, concessão
Liberdade como fruto
De muita luta, irmão
Os abolicionistas
Solidários aos escravos
Deram-lhe grande ajuda
Muitos são sinceros, bravos
Corajosos, destemidos
Mesmo aqueles que são alvos
Nesse tempo começava
A dita revolução
Porém a industrial
Era a maquina então
Invenção da Inglaterra
para maior produção
Para vender seus produtos
A Inglaterra mandou
A princesa Isabel
Ela logo assinou
Estão livres os escravos
Até hoje enganou
Ora, ora, meu amigo
Isabel fez um favor
Para o rico ter mais lucro
Essa lei ela assinou
Não foi por amor ao negro
Dizia o meu avô
Que libertação foi essa
Negro não indenizado
Demitido sem direito
Pelo mundo sai jogado
Sem teto e sem comida
Com título: libertado
O senhor dono de escravos
Teve indenização
O governo cuidou dele
Como inda faz com patrão
Dá o dinheiro do povo
E deixa o povo na mão
Com a vida que se leva
Seja sincero então
Você acha que acabou
Mesmo a escravidão
Viu, meu caro companheiro
Como eu tenho razão
©Antonio Héliton de Santana
Outros cordéis
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Antonio Héliton de Santana
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