A Caminho
       Jan-Mar 1998


Regional Nordeste 3


A Caminhada das CEBs
na Arquidiocese de São Salvador


O Concílio Ecumênico Vaticano II (de 1962 a 1965) renovou a vida inteira da Igreja, valorizou a missão dos leigos e abriu a Igreja para os problemas da sociedade. O Concílio valorizou a dimensão comunitária e participativa da Igreja. Veio nos dizer que ser Igreja é viver em comunidade. Somos o Povo de Deus. Antes do Concílio se valorizava mais os sacramentos, sem muita ligação com a vida de comunidade.

Alguns anos depois, em 1968, os bispos da América Latina se reuniram na cidade de Medellín (Colômbia) para discutir como viver melhor as conclusões do Vaticano II, de acordo com a realidade dos povos latino-americanos. Medellín apostas nas CEBs como a grande tarefa da Igreja.

Creio que o início da caminhada das CEBs em Salvador veio com toda animação do Vaticano II e Medellín. Faz parte do início da caminhada das CEBs os grupos de Evangelização ou círculos bíblicos, atenção à palavra de Deus ligada com a vida.

Contribuíram com esta caminhada as novenas de Natal, Mês de Maria, Campanhas da Fraternidade, Mês da Bíblia, Semanas de Evangelização e as lutas das comunidades por melhores condições de vida (escola, posto de saúde, creche, rede de esgoto etc.).

Para nós, aqui em Salvador, o Movimento de Encontro de Irmãos do Recife e os círculos bíblicos de Carlos Mesters serviram de ferramenta para os encontros bíblicos nas casas no início da caminhada.

A partir de 1972 alguns padres e agentes de pastoral começaram a ser reunir para juntos elaborar alguns subsídios para alguns tempos fortes da vida do povo (Quaresma - C. Fraternidade - Mês de Maria, Mês da Bíblia e Natal).

A partir desta articulação para elaboração dos subsídios veio a proposta dos encontros de animadores das comunidades. Eram feitos regularmente de 2 em 2 meses no Colégio das Mercês. Eram momentos de avaliação do uso dos subsídios, da caminhada das Comunidades, de troca de experiências de como trabalhar em comunidade.

Nesta mesma época surge o Centro de Evangelização da Periferia de Salvador com a proposta de animar a formação de Comunidades na Arquidiocese. Tínhamos cerca de 15 paróquias representadas (todas de periferia). No início o Pe. Paulo Tonucci ofereceu um espaço em sua comunidade (Fazenda Grande) para os encontros mensais da Equipe. Lá começaram a ser impressos os subsídios para serem usados pelos animadores de CEBs.

A partir de 1980 o centro de Evangelização da Periferia de Salvador passou a funcionar na Igreja da Penha. Lá se colocou as máquinas de serviço de imprensa, eram feitas as reuniões mensais tanto dos agentes de pastoral (às 3ª terças-feiras) como as reuniões dos animadores (3° Sábado pela manhã).

A caminhada continua. Precisamos fortalecer a articulação das Comunidades, os conselhos de cada Comunidade e o serviço de animação, como o fortalecimento da Equipe de coordenação de animadores da Arquidiocese.

As CEBs são a maior conquista pastoral da América Latina. Leigos e Leigas devem ser os mais interessados no seu crescimento e fortalecimento.


Pe. Antônio de Oliveira
Salvador - Bahia.


10° Intereclesial