18 de julho
Também participaram da coletiva o padre José Oscar Beozzo, de São Paulo, teólogo, escritor e especialista em História da Igreja no Brasil e na América Latina e diretor do Cesep - Centro Ecumênico de Serviço à Evangelização e à Educação Popular; e a índia Zineide Wapixana, representante da delegação de Roraima.
Dom Luciano ressaltou que, por ter estado 16 anos na direção da CNBB (dois mandatos como secretário-geral e dois como presidente) acompanhou todos os Intereclesiais, tenho estado presente aos cinco últimos. Ele apontou como uma importante característica das CEBs “o respeito à diversidade, manifestado nas discussões sobre questões como a cultura negra e a cultura indígena”. O arcebispo disse que “as CEBs são um espaço de fraternidade e têm Cristo como ponto de convergência”.
Zineide Wapixana fez uma análise da situação atualmente enfrentada pelas comunidades indígenas. Ela disse que “ os índios e os não índios enfrentam os mesmos problemas e não podem manter suas lutas isoladas”. E acrescentou: “Lutamos pela terra e pelo respeito a nossa dignidade, assim como fazem os nossos irmãos sem-terra, os sem-teto e tantos outros que lutam por justiça”. Professora numa aldeia de seu povo Wapixana, ela reivindicou um maior espaço para a cultura indígena dentro das celebrações. ”Olhamos nos livros que animam a missa, cantos da cultura negra, de lavradores e de nordestinos e de tantas outras culturas, mas não percebemos ainda a presença da cultura indígena” observou.
“Ela tem razão em desafiar a Igreja nessa questão, pois o atabaque, elemento da cultura negra está presente em muitas celebrações, mas nunca se viu usar o maracá indígena”, concordou o padre Oscar Beozzo. Ele avaliou o Intereclesial como uma prova de que as CEBs estão crescendo também nas áreas urbanas. Cerca de 80% da delegação de São Paulo vêm da zona urbana, onde existem grandes desafios, como um maior apelo para o individualismo. Isso é muito importante.”
Ele enfatizou que, durante cinco anos, foi realizado um longo trabalho de preparação do 9º intereclesial, envolvendo milhares de comunidades. ”É preciso louvar a atuação das comunidades do interior do Maranhão, que contribuíram com alimentos; das famílias que colocaram suas casas à disposição para alojar os delegados; e de tanta gente que trabalhou de forma voluntária e silenciosa para que esse encontro acontecesse”, concluiu.
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