Ecumenismo no CEBI


1. Gestação

O processo de gestação do CEBI se desenvolveu em útero ecumênico. Foi concebido pela "necessidade bem concreta, sentida por muita gente, havia vários anos, de se articular um serviço que ajudasse o povo das Comunidades Eclesiais de Base no uso e na interpretação da Bíblia. Pois a Bíblia estava sendo, de fato, a gasolina escondida da renovação da Igreja a partir da base e a luz que iluminava o engajamento de muitos cristãos na luta pela transformação da sociedade" (Frei Carlos Mesters, Suplemento de n. 25 do Boletim, Nov/Dez 1984).

Esta necessidade foi crescentemente sentida por um grupo ecumênico de exegetas, teólogos e pastoralistas que se reunia 3 ou 4 vezes por ano desde 1974. E para responder a essa necessidade, o grupo instou com Carlos Mesters, um de seus membros, para organizar um centro bíblico. Através de suas atividades e seus escritos, fruto de sua experiência de lidar com o povo, Carlos Mesters, exegeta formato em Roma e Jerusalém, impunha-se como a pessoa talhada para enfrentar essa empreitada.

Nos últimos meses de 1977, foi tomada a decisão, com o apoio forte e decisivo do CEDI (Centro Ecumênico de Documentação e Informação, hoje: KOINONIA: presença ecumênica), através sobretudo do Prof. Jether Ramalho, Congregacional, Bispo Paulo Ayres, metodista e os Pastores Presbiterianos Carlos Cunha e Zwinglio Dias. Nos dias 23 e 24 de janeiro de 1978, houve a primeira reunião para a organização do novo Centro em Angra dos Reis. Um detalhe: ao se discutir a sigla foi sugerido CEEBI (Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos). Objetou-se, porém, que a palavra "ecumênico" já se tornara pouco ecumênica naqueles tempos de um ecumenismo triunfalista... preferiram então que se chamasse CEBI simplesmente.


2. Nascimento

No dia 12-05-79, reunião em Angra dos Reis com alguns representantes do CEDI, para tratar da estruturação do CEBI. Foi então marcada para 20-07-79 a Assembléia de Fundação que foi celebrada em denso clima ecumênico, pela presença de representantes de várias igrejas e sobretudo pela comunhão de objetivos e preocupações. Para todos era tranquilo que: "Bíblia é marco de referência da fé para o trabalho e também é marco ecumênico", como consta na resenha da reunião de 23-01-78.


3. Evolução

Em todas as Atas de Assembléia da entidade, por mais formais que tenham sido, a dimensão ecumênica aparece como uma tônica constante. Várias sugestões foram dadas para dinamizar o ecumenismo no CEBI.

A preocupação com o Ecumenismo está presente em todas as reuniões do Conselho do CEBI.

Ao longo destes anos, tem-se insistido sobre a necessidade e a urgência de uma "conversão ecumênica" de todos aqueles que se identificam com os objetivos do CEBI. Tem-se insitido que não basta a alegação de que se faz uma leitura ecumênica da Bíblia nem de que se participa da ecumênica luta do povo. Por circunstâncias históricas e conjunturais, o CEBI, em muitas regiões, apresenta um rosto confessional. O grande desafio é fazer com que ele realmente tome feições ecumênicas.


Eliseu Hugo LOPES (CEBI),
"Bíblia e Ecumenismo. Um grande Desafio"
Por Trás da Palavra, n. 3 (1988), p. 6-8.



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