Natal
Faltam três dias...

Os verdadeiros
amigos de Jesus


OS PASTORES:

A TURMA QUE NÃO GOSTAVA
DE TOMAR BANHO

Era uma noite cheia de estrelas. Um vento gelado acariciava a terra. Todo mundo dormia. Só os pastores, sentados ao redor do fogo, contavam histórias e falavam de negócios. Eles tinham que ficar acordados para vigiar o rebanho. Lobos e ladrões podiam chegar a qualquer hora. Deviam ficar espertos.

Vida dura aquela dos pastores. Ninguém gostava deles. Eram sujos e fedidos. Não tomavam banho. Até na hora de sentar à mesa para almoçar nunca respeitavam a norma de lavar as mãos. Comiam de tudo, até as comidas proibidas pela Lei de Moisés. Gostavam de vinho. Volta e meia se embebedavam e tinham o costume de roubar.

Os fariseus, gente que gostava das coisas certas, tinham bronca deles. Aconselhavam o povo a não comprar nada deles porque podia ser produto de roubo.

Mas os pastores não estavam nem aí. Eles tinham coragem pra dar e vender. Para quem estava acostumado a enfrentar os lobos famintos que atacavam seus rebanhos, quebrar a cabeça daqueles metidos dos Fariseus era moleza. Por represália, os Fariseus não aceitavam o testemunho deles nos tribunais, pois diziam que os pastores eram todos mentirosos.

A estes caras, rejeitados por todos, Deus mandou anunciar o nascimento de seu Filho, em primeiro lugar...



A HISTÓRIA DO BOI E DO JUMENTO


Certo dia, um anjo, por ordem do Patrão, reuniu todos os animais para escolher dois que pudessem ajudar Maria e José na gruta de Belém.

O primeiro a chegar foi o leão. "Somente um rei como eu pode servir o Rei do mundo", rugiu com grande arrogância. "Eu me colocarei na entrada da gruta e reduzirei a pedaços todos aqueles que tentarem se aproximar do Menino Jesus!"

"Você é muito violento", respondeu o anjo e dispensou o leão.

Logo depois chegou a raposa. Esperta como sempre, disse: "Eu sou raposa velha. Deixe comigo. Para o Filho de Deus, todos os dias roubarei mel perfumado e leite fresco. E no almoço dos pais não vai faltar frango para assar!"

"Toma vergonha na cara. Isso é desonesto. Pode ir embora", replicou o anjo.

O próximo foi o pavão que, como é seu costume, deu um verdadeiro show, mostrando sua belíssima plumagem: "Transformarei aquela gruta num grande palácio. Até o rei Salomão, que gostava de coisa chique, vai ficar com inveja", disse o pavão desfilando para cima e para baixo.

"Você é vaidoso demais", rebateu o anjo. "Não precisamos disso!"

Aos poucos passaram, um por um, todos os animais. Cada um apresentava suas qualidades, mas inutilmente. O anjo não conseguia encontrar um que desse certo para proteger e ajudar o Rei dos Reis. Quando ia embora, viu dois animais que, de cabeça baixa, continuavam trabalhando numa pequena fazenda perto da gruta de Belém. Eram um boi e um jumento.

O anjo os chamou e perguntou: "Por que vocês não apareceram?"

"Porque não temos nada para oferecer", respondeu o jumento. "Nós só possuímos humildade e paciência... e as pauladas que a gente leva nas costas!" Mas o boi, tomando a palavra, disse: "É verdade, não temos muito para oferecer, mas, de vez em quando, poderíamos afastar as moscas balançando nossos rabos..."

O anjo deu uma grande gargalhada e depois, olhando com ternura para os dois bichinhos, disse: "Vocês são os animais que estou procurando!"


Bruno Ferrero



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