ALÔ MUNDO

A revista inteligente
para crianças e adolescentes
N° 103 - Dezembro 1996

Natal Faltam oito dias...

Emanuel:
Deus está conosco.

QUERO DEIXAR
O MUNDO COLORIDO...

Alô, Jesus!
O mundo ficou feio.
O céu está cinzento.
A verde grama sufoca sob o peso do lixo.
O barulho cobre o doce canto dos pássaros.
O eco da guerra me acorda no meio da noite.
O grito de dor de crianças inocentes
angustia meu coração.
Estou com uma vontade louca de fugir.
Mas vou ficar para dar um jeito em tudo isso.
Encha minhas mãos de
cores e pincéis
para que eu possa deixar
o mundo todo colorido.
E quando acabar a minha parte,
complete minha obra
fazendo resplandecer sobre ela
o grande arco-íris
da sua paz e da sua amizade.

FINALMENTE LIVRES!

"Tenho um sonho na alma: um sonho de que há de chegar o dia em que os filhos dos antigos escravos e os filhos dos antigos patrões hão de sentar juntos à mesa da fraternidade...

Tenho um sonho na alma: um sonho de que meus quatro filhos um dia vivam numa nação em que sejam julgados não pela cor da pele, mas pelas suas qualidades...

Tenho um sonho na alma: um sonho que há de chegar o dia em que os filhos de Deus, negros e brancos, hebreus e pagãos, protestantes e católicos hão de unir suas mãos para cantar: 'Livres, enfim! Deus todo-poderoso, somos finalmente livres!'"

Martin Luther King

DEUS FAZ AS FLORES Durante a guerra, quando os aviões começavam a bombardear as nossas casas, procurávamos nos esconder nas grutas de nosso vale para não morrer debaixo dos escombros. Sentíamos a terra tremer, parecia que tudo ia desmoronar em cima da cabeça da gente. As crianças choravam e as mulheres, tentando acalmar seus filhos, queixavam-se: "Cadê Deus? O que está fazendo? Por que não faz alguma coisa para ajudar a gente?" E olhavam para mim, porque sabiam que eu era padre. Um dia não aguentei mais. Levantei, fui até a entrada da gruta e respondi: "Chega dessa história de colocar a culpa em Deus. Olhem para fora. É primavera. Admirem aquela grama e aquelas flores coloridas. É tudo obra de Deus. Ele continua fazendo o papel dele. Faz as flores e as plantas. As bombas e as armas que acabam com tudo isso não têm nada a ver com Ele. São produtos exclusivos da nossa maldade." pe. Zeno Saltini

DAI-ME DOIS
BOMBARDEIROS...

Menos carros blindados e mais arados para todos.
Menos bombardeiros e mais hospitais para todos.
Menos bombas e mais pão para todos.
Tirai as armas para poder amar.
Partilhai para o amor invadir a terra.
Dai-me dois bombardeiros, e teremos todos os remédios
para curar os quinze milhões de doentes de hanseníase.
Dois aviões, dos quais tudo aquilo que vocês possam esperar
é que enferrugem em seus abrigos sem nunca sair dali...
Dai-me dois bombardeiros, para acender a esperança
no coração de milhões de doentes...

Raoul Follereau

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