Ruim também na banda de cá
O tema dos ataques contra jornalistas, incluindo o assassinato, voltou a ganhar atualidade na América Latina com a morte, no dia 26 de janeiro deste ano, de José Luís Cabezas, fotógrafo da revista argentina Noticias.
Dados da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) indicam que, nos últimos oitos anos, foram 170 os jornalistas assassinados na região.
A Federação Latino-Americana de Imprensa (Felap), com sede no México, informou que, com a morte de Cabezas, somam 392 os jornalistas latino-americanos assassinados desde 1970, enquanto os desaparecidos, até 1994, totalizavam 150.
O de Cabezas é o primeiro caso de assassinato de um jornalista na América Latina desde o final de 1995, quando morreram três (dois no México e um na Guatemala). Também é o primeiro caso comprovado na Argentina desde o retorno do país à democracia, em 1983.
A União de Trabalhadores de Imprensa de Buenos Aires informou porém que, desde o início do governo Carlos Menem, mais de 720 jornalistas, operadores de câmeras e fotógrafos sofreram "agressões físicas, ameaças, intimidações e processos na Justiça".
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), com sede na França, em seu relatório de maio do ano passado sobre a situação da imprensa no mundo, informou que uma das formas hoje mais comuns de controle da imprensa, em nível internacional, é o recurso à Justiça.
Como ocorreu recentemente na Venezuela, por exemplo: o autor de um livro que nomeia juízes corruptos foi condenado a um ano de prisão, acusado de difamação por dois dos juízes citados.
"A impunidade e a injustiça são um segundo crime contra a memória das vítimas", assinala RSF. - IPS/NOTICIAS ALIADAS
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