Os Ndebele descendem do grande grupo dos Ngoni, do qual também faziam parte os Zulu e os Swazi. Juntos, os três subgrupos formavam uma grande nação na África do Sul, cada um deles vivendo de forma autônoma e auto-suficiente. A terra era rica em ouro e ferro, e isso lhes permitia uma vida tranqüila.
A partir do século 16, a região onde habitavam os Ngoni passou por grandes transformações. A começar pelo aumento da população, que deu origem a conflitos entre os grupos, cada um deles tentando garantir o próprio espaço.
A situação se agravou com a chegada dos agricultores holandeses conhecidos como bôeres, que dominaram a região e implantaram o regime do apartheid – de segregação racial –, que durou até a década de 90.
Também os portugueses contribuíram para arruinar a economia tradicional dos Ngoni, por meio do tráfico de escravos, ouro e marfim. Os povos Ngoni têm um nome para esse período de duras transformações sociais. Chamam-no de mfecane, que significa confusão.
No final do século 17, Ndebele e Swazi deixaram a região, fugindo da dominação do império zulu, que se encontrava sob a chefia do tirano U Shaca.
Os Ndebele foram se instalar no Zimbábue, onde tiveram que dividir o território com os Shona e lutar contra a colonização inglesa. Atualmente, somam cerca de 1,5 milhão no país. Aproximadamente 450 mil continuam na África do Sul.
Além de cuidar do gado, os Ndebele cultivam legumes, cereais, frutas e tabaco. A estrutura de suas aldeias é bem tradicional: no centro fica o recinto para os animais domésticos, ao redor do qual estão as cabanas. Um muro de barro em forma retangular cerca todo o conjunto, servindo de proteção contra o ataque de animais selvagens.
De cultura banto, os Ndebele têm uma índole religiosa muito forte. Cerca de 30% da população segue a religião tradicional, enquanto 45% professam o cristianismo.
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