Cenas e Amores
africanos

“Nunca paixão alguma criou raízes em meu coração a não ser o amor pelos africanos.
Foi o primeiro amor da minha juventude.”
Daniel Comboni


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Imagens e poemas


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Mauritânia - Mercado arabe
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Chade - Carregando água
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DANIEL

Meu povo
tateia no escuro
em busca de luz:
eu o vi avançar,
recuar
e avançar de novo
com fadiga.

Meu povo
vagueia no deserto
em busca de um oásis:
eu o vi se levantar,
cair
e se levantar de novo
com obstinação.

Meu povo
chora os filhos
mortos pela liberdade:
eu o vi ressurgir,
morrer
e ressurgir de novo
com coragem.

Vi um homem
assumir a causa
de meu povo:
eu o vi lutar,
morrer
e ressuscitar
junto com meu povo.
O nome dele:
Daniel!

Elisa Kidané, Eritréia









UTOPIA

Eu creio
que o dia virá
- quando? quem sabe? -,
ou melhor,
já vem o dia
em que a África
dará boas-vindas
à PAZ
que, timidamente,
avança sobre as praias
dos seus imensos mares.

Eu creio
que o dia virá
- quando? quem sabe? -,
o dia em que
na África
será preciso recorrer
ao dicionário
para saber
o significado da palavra FOME.

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Benin - Ancião
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Eu creio,
ou melhor, estou certa
de que o dia virá
- quando? quem sabe? -,
mas virá
o dia em que
nós africanos
poderemos dormir
tranqüilos
sob os nossos céus estrelados
enquanto os jovens sonham o amor
e os anciãos
contam histórias
infinitas de PAZ.

Elisa Kidané, Eritréia



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Senegal - Cena de dança
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Camarões - Casas em barro
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LIBERDADE

Eu a vi dançar
a primeira vez
nas ruas
da minha cidade...
Quis acompanhá-la
e imitar os seus passos
doces,
suaves,
rápidos,
alegres...
Impossível,
como é impossível
conter a minha alegria
que segue
a esmo
os passos da liberdade.
E agora, parada,
contemplo extasiada
a liberdade
e a alegria
dando-se as mãos
e dançando
nas ruas
da minha cidade
com passos
doces,
suaves,
rápidos,
alegres!

Elisa Kidané, Eritréia


ESPERANÇA

O trigo está em falta
e as chuvas demoram.
Distante,
um barulho surdo,
quem sabe se de guerra
ou de gafanhotos?

No terreiro,
um silêncio incomum.
Os velhos conversam
e balançam a cabeça.
As mulheres,
estranhamente,
se mantêm caladas.

Mas, de repente,
um bando de crianças
descalças
irrompe fazendo algazarra,
perseguindo
divertidamente
uma bola,
e, sem saber,
elas mudam o cenário.

E, no terreiro,
volta-se a viver!

Elisa Kidané, Eritréia



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Mali - Crianças no celeiro
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