• Descrição e Detalhamento Metodológico
  O objetivo da educação de rua é viabilizar o processo de conquista da cidadania pelas crianças e adolescentes que estão na rua, advindos de uma situação de extrema pobreza das classes populares.

  Ao iniciar, o educador começa a conhecer a rua penetrando no seu cotidiano, identificando o sujeito de sua ação e observando a sua ambiência. Esta é a fase do início da construção do vínculo do educador com o(a) menino(a) denominada "paquera pedagógica". A próxima fase, "namoro pedagógico", é o momento do fazer pedagógico que leva o(a) menino(a) a dar início ao seu próprio projeto de vida. É onde a relação educador/educando prossegue com mais confiança, maior conhecimento e acolhimento por parte do educador, das primeiras demandas, dos primeiros desejos, etc. No "aconchego pedagógico" o educando integra-se totalmente ao projeto (frequentando as atividades de espaço delimitado) buscando a cada dia a consolidação do seu projeto de vida.

  O educador de rua tem a função de deflagrar com os(as) meninos(as) o processo de elaboração do projeto de vida que reverta a situação de rua desenvolvendo uma educação dialógica que deve se estabelecer entre educador e educando, tornando-se através dessa vinculação uma referência positiva de adulto.

  O critério inicial para seleção dos educadores é a conclusão do segundo grau, sendo que atualmente a quase totalidade desses educadores de rua possui formação universitária com predomínio de pedagogos, assistentes sociais, antropólogos, sociólogos e outros.

  A partir da contratação, o Axé especializa seus educadores através de formações sistemáticas e específicas voltadas ao atendimento das questões centrais de sua prática.

  Para desenvolver ou obter maiores níveis de eficácia, outras parcerias institucionais são realizadas, ampliando o leque de possibilidades para os(as) educandos(as). Neste sentido destacam-se:

  • Projeto Cidade Mãe - Abrigos noturnos;
  • Centro de Defesa da Criança e Adolescente - CEDECA;
  • Conselho Tutelar;
  • Juizado da Infância e da Adolescência;
  • Centro de Estudos e Terapia ao Abuso de Drogas - CETAD.

  Além dessas parcerias são firmadas outras alianças estratégicas nas áreas trabalhadas com o propósito de otimizar o processo e inserir outros segmentos da sociedade no mesmo:

  • Instituto de Matemática e Faculdade de Economia - UFBA;
  • Espaço Cultural Glauber Rocha;
  • Forte de Santa Maria;
  • Espaço Cultural da Telebahia;
  • Farmácia Estrela Galdino (Barra);
  • Artes Filmes;
  • Igreja Episcopal da Pituba;
  • Programa da Prefeitura de Salvador - LAR

  Os educadores de rua trabalham em dupla, sendo uma dupla para cada turno de trabalho diário. Essa dupla deverá atuar numa relação de complementaridade visando o atendimento das questões específicas de cada área.

  Existe uma diversidade de questões nas áreas trabalhadas que implicam na diferenciação da relação do número de educadores e número de educandos, determinam uma inconstância no fluxo de permanência e trânsito dos(as) meninos(as) trabalhados nas áreas que são:

  • uso e tráfico de drogas, prostituição, violência, famílias que moram nas ruas, áreas voltadas ao turismo e comércio;
  • o processo de identificação dos(as) meninos(as) na educação de rua é impreciso devido à utilização por parte dos mesmos de cognomes, de informações de dados e nomes fantasiosos que visem auto-preservação e etc.

  
  

  Sinergia do Projeto com o Programa de Apoio à Família e Juventude:

  Define-se um educador do programa de apoio à família e à juventude para atuar em conjunto com o educador de rua a partir das primeiras aproximações com a famílias do(a) menino(a), a fim de que o processo seja mantido num crescente de integração visando a otimização do processo de passagem para os espaços delimitados.

  Normalmente os procedimentos de encaminhamento obedecem a rotina abaixo:

  • contato com a unidade - possibilidade de acolhimento, características e o perfil do educando;
  • visita à unidade com o educando e, se possível, com a família;
  • visita familiar - acompanhamento;
  • encaminhamentos médicos;
  • documentação;
  • parecer em ficha individual (história de vida);
  • rito de passagem - acolhimento.

  
  

  Análise dos Resultados

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Última atualização em 11/03/1997