CUT faz 14 anos e
é marco no Brasil.

Maior central sindical da América Latina, a CUT completa 14 anos de existência nesta quinta, 28 de agosto. É um marco na histórica política do Brasil e, especialmente, dos trabalhadores.

A CUT surgiu em 83, em São Bernardo, em pleno ABC Paulista. Ali existe a maior concentração de indústrias do país. Objetivo:  encaminhar de forma organizada e democrática as lutas dos trabalhadores brasileiros.

Um anos depois, a CUT tem presença marcante no movimento pelas Diretas-Já e cresce velozmente com a fundação de CUT's estaduais e regionais. Em 85, para desespero do governo, faz campanha nacional que desencadeia 900 greves no país. Em 86 já exige reforma agrária, jornada de 40 horas semanais, não pagamento da dívida externa, contrato coletivo de trabalho e reajuste salarial conforme índice do Dieese. Briga ainda contra perdas salariais impostas por sucessivos planos econômicos.

Em 89, organiza protestos contra o Plano Collor, também chamado de "Plano Ladrão", e participa ativamente da luta pelo impeachment (afastamento) de Collor.
Em seguida,  começa a apresentar propostas para a solução de temas nacionais e participa das Câmaras Setoriais, gerando polêmica e sofrendo críticas.

Desde o início do governo FHC a CUT tem feito várias manifestações contra a  política neoliberal que, em resumo, retira o estado de várias atividades e faz a entrega criminosa do patrimônio público à iniciativa privada. Essa é uma luta que está muito longe de acabar.
 

Luta e muita paixão

Apesar da proibição de concentrações, entre 76 e 77 os generais que comandavam a ditadura no Brasil permitiram um encontro de empresários, o Congresso das Classes Produtoras.

Em 78, os sindicalistas começaram a dar uma resposta a isso e assim surgiu a Articulação Nacional de Movimentos Populares e Aposições Sindicais (Anampos), juntando os setores mais combativos.

Em 81 é feita a 1a. Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), de onde sai a Comissão Nacional Pró-CUT. Há muita luta entre sindicalistas pelegos, mas dois anos depois é fundada a primeira central do país.

No congresso de fundação, quase seis mil delegados sindicais dormiram  no chão de um gelado ginásio paulista. Muitos adoeceram com o frio e a comida servida. Muitas delegações chegaram a enfrentar viagens de 10 dias de ônibus.

"Criar a CUT foi uma tarefa monstruosa. Nossa primeira sede era uma salinha nos fundos do Sindicato dos Químicos do ABC e com uma linha telefônica", recorda o hoje deputado federal Jair Meneguelli, presidente da central desde a fundação até 94. Para Vicentinho, seu sucessor, "a CUT é fruto da garra e empenho dos sindicalistas de Norte a Sul do país".
 
 

6º Concut faz Plano de Ação contra
políticas de FHC

Uma série de lutas e mobilizações devem ser articuladas pelos sindicatos e movimentos populares, visando a construção de uma greve geral no país para pressionar o governo e defender os direitos dos trabalhadores. Essa tática foi definida no 6º Congresso Nacional da CUT (CONCUT), realizado de 15 a 17 de agosto, em São Paulo. De imediato, as manifestações devem se opor às reformas administrativa e da previdência, em curso no Congresso Nacional, e caravanas conjuntas a Brasília serão organizadas.
O Congresso também indicou que os sindicatos urbanos apoiem a luta pela reforma agrária e resgatem a memória de Che Guevara como referência de suas atividades. Além disso, será debatida uma política para defender desempregados e excluídos, e criado um Tribunal Permanente contra o Trabalho Infantil. Várias manifestações estão programadas para este segundo semestre, em todo o país. Participe.
 

Vicentinho é reeleito.

Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, foi reeleito presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para outro período de três anos (de 97 a 2000).
Sua chapa obteve 52% dos votos (1.080), contra 30,2% da segunda colocada (629 votos), 13,6% da terceira (282 votos), 4,1 % da quarta (86 votos) e 0,8% da quinta (16 votos).

A eleição ocorreu ao final do 6º Congresso Nacional da CUT (CONCUT), realizado em São Paulo de 15 a 17 deste mês.
 
 

Central é a 5a. do mundo.

Com 19.537.193 de trabalhadores na base e 6 milhões 56 mil sindicalizados, a CUT é a quinta maior central sindical do mundo e primeira da América Latina. O crescimento é inegável: em 94, o número de trabalhadores na base era de 17,4 milhões de trabalhadores, sendo 4,1 milhões de sindicalizados.

A CUT tem hoje 2.558 sindicados filiados, sendo que em 93 este número era de 1.878. Desde 83, quando foi criada, a central vem crescendo paulatinamente, apesar de todos os ataques feitos pelo governo.

Textos e dados baseados no Informa
6º CONCUT Especial, edição de 17/8/97