Visita do Papa pode inaugurar nova era para a ilha de Fidel Castro


Cuba, a maior ilha do arquipélago das Antilhas, no Mar dos Caraibes, está localizada a 145 km das costas da Flórida, no Sul dos Estados Unidos. Situada entre o Golfo do México e o Atlântico, foi descoberta por Cristóvão Colombo em outubro de 1492.

Depois que a Revolução encabeçada por Fidel Castro e Che Guevara, vitoriosa em 1959, derrubou a família Batista e inaugurou o primeiro - e hoje único - estado comunista do Continente, Cuba se tornou modelo para muitos e pesadelo para outros.

Com a crise mundial do socialismo, também o regime de Fidel Castro entrou num lento e inexorável processo de desmoronamento. Sem os recursos sobre os quais estava acostumado a contar, sofrendo o bloqueio econômico e comercial dos Estados Unidos e do mundo ocidental, sem fôlego para sustentar sozinho os ideais revolucionários de outras épocas, ele hoje pergunta-se qual o caminho a ser seguido. Mudanças profundas e urgentes se impõem para que a ilha possa sair da crise e do isolamento.

É dentro desse quadro que primeiro a visita de Fidel Castro ao Papa no ano passado e agora a visita do Papa João Paulo II à ilha são vistos como sinais de algo que começa a acontecer internamente. Este ano, pela primeira vez desde 1959, em sinal de boa vontade em relação à Igreja, foi decretado feriado no dia de Natal. Paróquias e Comunidades puderam assim celebrar, como nos tempos anteriores à revolução, o nascimento de Jesus.

A liberdade religiosa que a Igreja reivindica para si poderá ser a primeira de outras liberdades. O que o povo cubano realmente espera é que Cuba saia do isolamento internacional ao qual é condenada e através de relações comerciais com os outros países do mundo, possa ter acesso aos benefícios dos quais hoje é excluída.

A ilha, de pouco mais de 10 milhões de habitantes, que já foi modelo de organização para tantos outros países do mundo, encontra-se hoje à beira do abismo.


O roteiro


Para o Papa, trata-se de sua 81ª viagem internacional. Estará na ilha de 21 a 26 de janeiro de 1998. O Papa chegará a La Habana, capital de Cuba, às 16:00, hora local. Haverá uma cerimônia de recepção durante a qual fará um pronunciamento. Passará todas as noites em La Habana, partindo pelas manhãs dos dias 22, 23 e 24 para três diferentes cidades. No dia 22, o Papa visitará Santa Clara, onde, às 10:15 celebrará missa ao ar livre. No início da tarde, retornará a La Habana e fará uma visita de cortesia ao Presidente da República, Fidel Castro, no Palácio da Revolução. No dia 23, o Pontífice partirá para Camagüey. Às 10:35, celebrará uma missa na Praça Ignácio Agromonte e administrará Batismo e Crisma. Às 18:30, se reunirá, em La Habana, com representantes do mundo da cultura na Aula Magna da Universidade da capital cubana. A visita a Santiago de Cuba está prevista para o dia 24. Às 11:10, celebrará missa e coroará a Virgem da Caridade do Cobre. À tarde, regressará a La Habana onde visitará o Santuário de São Lázaro, às 19:00. Na programação do dia 25 está previsto um encontro ecumênico, missa e em seguida a oração do Angelus na Praça da Revolução. Às 12:45, terá um encontro com os membros da Conferência Episcopal Cubana, no Arcebispado. Às 17:00, se encontrará com o Clero, religiosos, seminaristas e leigos na Catedral de La Habana. João Paulo II partirá de La Habana, de retorno a Roma, dia 25, às 19:30, hora local, e chegará no dia 26, às 12:30.




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