Conferências
Gerais


I CONFERÊNCIA GERAL DE HISTÓRIA
DA IGREJA NA AMÉRICA LATINA
10 a 13 de outubro de 1984, México, D.F., México

A I Conferência Geral de História da Igreja na América Latina, projetada desde 1980 e em comemoração ao décimo aniversário da CEHILA, realizou-se, na Cidade do México, no Centro Universitário Cultural, CUC dos padres dominicanos, sob a presidência dos bispos mexicanos Sergio Méndez Arceo (Cuernavaca) e José Llaguno (Vicariato da Tarahumara) e do bispo chicano, Ricardo Ramírez (Las Cruces, EUA). Participaram 152 historiadores, pastoralistas e militantes de 23 países latinos-americanos e caribenhos, além do Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Espanha, Bélgica, Holanda, Alemanha e Índia. A cada manhã, para todos os participantes, houve uma mesa redonda, com dez conferências principais, seguidas de discussão. Às tardes, os participantes trabalharam em oito seminários simultaneamente. Foram realizadas 25 sessões de trabalho, onde se discutiram 89 comunicações. As conferências principais das manhãs foram publicadas, em espanhol, no no 82 da revista Cristianismo y Sociedad (México, 1984), com o título "Para una historia de los cristianismos en América Latina", e, em português: Para uma história da Igreja na América - O debate metodológico, Ed. Vozes, Petrópolis, 1986, 147 pp. A I Conferência Geral contou com o apoio das mais qualificadas instituições mexicanas no campo da história: Colegio de México, Departamentos de História da UNAN, da UAM, do ENAH, da Iberoamericana, Claustro Sor Juana, Colegio de Michoacán, Universidade Pontifícia, entre outras.

A imprensa deu cobertura diária ao acontecimento, enfocando-o dos mais diversos pontos de vista. Coincidiram os comentários acerca do alto nível acadêmico, do entusiasmo dos participantes e de sua ampla repercussão social, pois paralelo à Conferência, houve, às noites, um ciclo de conferências, com a assistência de mais de 500 pessoas. As conferências versaram sobre "A Igreja latino-americana na conjuntura atual (1959-1984)", com expositores provenientes da Argentina, Brasil, Colômbia, Nicarágua, El Salvador, Porto Rico, Cuba, Antilhas Holandesas, Alemanha, Itália, Costa Rica e México. Os participantes assinaram uma declaração, apoiando os trabalhos do Grupo de Contadora e manifestando o compromisso dos cristãos em favor da paz na América Central, assim como o repúdio a qualquer tipo de intervenção armada estrangeira na região.

Os debates da I Conferência giraram, ao redor dos seguintes pólos problemáticos ou questões colocadas em tensão entre dois extremos e cuja resolução ainda se está longe de ser alcançada. A originalidade da CEHILA consistiu, talvez, em manter a tensão, sem resolvê-la apressadamente.

O primeiro pólo problemático estabelece-se entre uma história da Igreja com visão conservadora ou então crítica, a partir do povo latino-americano e caribenho. Face à corrente tradicionalista, antiliberal, conservadora, surgiu uma nova corrente historiográfica que opta, epistemologicamente, pelo povo oprimido, como lugar hermenêutico;

O segundo pólo revela a tensão, no âmbito da Igreja Católica, entre uma autoridade não habituada a ver-se refletida na história e o historiador que leva seu relato até o presente. Isto produz, evidentemente, conflitos, proibições e até perseguições, próprias de um estágio inicial, a partir do qual a Igreja irá se acostumando à descrição e análise históricas de suas próprias ações.

O terceiro pólo problemático deriva de uma visão ecumênica do cristianismo. Esta exige a superação dos limites das Igrejas divididas entre si e uma leitura histórica que abrace o conjunto do fenômeno cristão na América Latina e no Caribe, lido com espírito ecumênico.

O quarto pólo resulta da tensão entre a história realizada por cientistas que respondem aos interesses da "comunidade científica" - que podem ser crentes ou não - ou por cientistas de fé que respondem a interesses da "comunidade histórica" concreta das Igrejas. Os dois tipos de historiados são cientistas, mas respondem a demandas e interesses diferentes;

O quinto pólo problemático deriva da diferença de opções entre uma história da igreja mais acadêmico-universitária e outra com significação mais pastoral e voltada para as massas. Destinatários acadêmicos ou populares acabam exigindo uma feitura do texto histórico, com metodologias profundamente diferentes.

O sexto pólo problemático emerge da tensão entre uma história "machista" e um feminismo histórico que descobre o lugar da mulher em todos os capítulos da História da Igreja, ainda que seja na condição de oprimida, mas que exige um tratamento particular e novo;

O oitavo e último pólo problemático estabelece-se entre um enfoque pluridisciplinar de historiador, sociólogo, teólogo e o enfoque exclusivo de historiador da Igreja.

A CEHILA celebrou, assim, seu décimo aniversário, depois de haver efetuado onze simpósios continentais, a partir de 1973, conseguindo realizar uma avaliação de grande significado para os trabalhos futuros.


II CONFERÊNCIA GERAL DE HISTÓRIA
DA IGREJA DA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE
25 a 28 de julho de 1995, São Paulo, Brasil

Em comemoração aos seus vinte anos de existência, a CEHILA está organizando, juntamente com a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a II Conferência Geral de História da Igreja na América Latina e no Caribe. Dezenas de instituições acadêmicas e não acadêmicas do Brasil, da América Latina, dos Estados Unidos e da Europa aceitaram colaborar com o evento co-auspiciando-o. O objetivo é de realizar um balanço crítico da caminhada e atuação das Igrejas na América Latina e no Caribe entre 1945 e 1995.

A II Conferência está programada em quatro grandes seções: I. Seção Teórico-Metodológica; II. Seção: Balanço Bibliográfico; III. Seção Temática, abrangendo 14 temas, e IV. Seção: Intercâmbio e Cooperação Sul-Sul e Norte-Sul, dividida em 3 temas.



CEHILA-Brasil

Comissão de Estudos
de História da Igreja
na América Latina e no Caribe.
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