Guarani Kaiowá
No passado, os Guarani Kaiowá eram donos de um território que se estendia da região oriental do Paraguai até Dourados, cerca de 4 milhões de hectares com matas, rios e animais para a caça.
Em 1882, o Império arrendou o território à Companhia Mate Laranjeiras. As matas foram derrubadas e no lugar delas surgiram imensas plantações de erva-mate.
Em 1915, o Serviço de Proteção ao Índio a Funai de antigamente iniciou as suas atividades demarcando uma área de 3.600 hectares para os Kaiowá, a primeira reserva indígena na região. Em 1928, as reservas eram oito, somando 18.297 hectares.
A violência foi a marca registrada de todo esse processo. Os índios eram arrancados de suas terras tradicionais e jogados nas áreas estabelecidas pelo governo. A queima de casas e roças acompanhou os despejos. A ação de aldeamento forçado aconteceu junto com a expansão das fazendas e empresas agropecuárias na região. Gado, soja e cana-de-açúcar tomaram conta dos campos e cerrados. As matas desapareceram.
Hoje, os Kaiowá estão confinados em 22 áreas, num total de 41 mil hectares. O superpovoamento é em grande parte resultado da chegada de novas famílias expulsas de suas terras. Segundo o Cimi, a Funai tem oscilado entre a completa omissão e a colaboração com os fazendeiros na tranferência dos índios dos seus territórios tradicionais.
Outros povos indígenas do Mato Grosso do Sul, além dos Kaiowá (25 mil pessoas) e Nandeva (5 mil), lutam pela demarcação das terras: Guató, Kadiwéu, Terena e Ofayé Xavante.
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