Zapatistas promovem encontro internacional contra o neoliberalismo, com cerca de 3 mil participantes dos cinco continentes. Em discussão, a união de todas as forças que combatem pelo fim da exclusão, por justiça, democracia, dignidade.
Texto e fotos: Iêda Cavalcante
Detrás de nosotros
"Detrás de nuestro rostro negro, |
Sueño y realidad...No fueron algunas decenas, sino miles de seres humanos los que, desde los cinco continentes, vinieron a encontrarse en la realidad de finales del siglo 20. La palavra que nació dentro de estas montañas, las montañas zapatistas, encontró oídos que le dieron cobijo, la cuidaron y la lanzaron de nuevo para que lejos llegara y diera la vuelta al mundo." Palavras do EZLN no encerramento. |
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Iêda Cavalcante, editora do "Porantim", esteve em Chiapas representando o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), órgão anexo à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A situação atual dos povos indígenas do México é gravíssima. Através de comunicados enviados pelo EZLN e de matérias divulgadas pela imprensa tem-se conhecimento de que o governo mexicano decidiu endurecer a ação contra eles. Só em Chiapas, há cerca de 60 mil soldados do exército mexicano. A militarização é também ostensiva nos Estados de Oaxaca, Guerrero, Vera Cruz e Puebla, bem como em outras regiões habitadas por indígenas.
No início de setembro, o EZLN decidiu romper as negociações com o governo, por causa da sua ação repressiva, por não cumprir acordos feitos e por não querer libertar dezesseis supostos militantes zapatistas. Pesou também o fato de o governo ter aumentado a militarização, prendendo e torturando indígenas em Chiapas e Guerrero.
Nesse último Estado surgiu recentemente o grupo guerrilheiro EPR (Exército Popular Revolucionário), cujas origens até o momento continuam desconhecidas. No final de agosto, o EPR desenvolveu uma série de ataques contra as forças nacionais de segurança em cinco Estados mexicanos, deixando um saldo de pelo menos quinze mortos e 23 feridos. Em represália, o governo começou a atacar os indígenas.
Os comitês mexicanos de solidariedade aos zapatistas, o grupo de assessores dos zapatistas e a Comissão Nacional de Intermediação que é presidida pelo bispo de San Cristóbal de las Casas, Samuel Ruiz divulgaram separadamente documentos protestando contra a atuação do governo mexicano e solicitando que todos os movimentos solidários façam pressão em favor do restabelecimento do diálogo com os zapatistas.
De imediato reivindica-se a desmilitarização das áreas indígenas, a libertação dos supostos zapatistas, o cumprimento dos acordos em torno da temática direitos e culturas indígenas, liberdade às bases de apoio ao EZLN, no norte de Chiapas, e instalação de uma comissão de acompanhamento. I.C.
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