Frase de pára-choque de caminhão: "Não sou melhor nem pior, sou diferente". SEM FRONTEIRAS de novembro anuncia e celebra o direito à diferença, numa conversa amigável e respeitosa com Zumbi dos Palmares e sua gente.
Respeito ao diferente é fundamental, mas ainda é pouco. É que esse respeito, para ser bom de verdade, deve virar otimismo e alegria. Porque é muito melhor e mais bonito o mundo com as suas diferenças: mundo plural.Modos diferentes de ver e viver a vida, de se colocar no universo, de vivenciar a relação com o Criador.
Povo negro e direito à diferença. É com esse espírito que SEM FRONTEIRAS anuncia A força da África, na entrevista do mês, e contempla O modo kalunga de ser, na reportagem sobre os remanescentes de quilombos do interior de Goiás.
Em O crime imperdoável da dignidade, a revista reflete sobre o drama histórico do Haiti, um pedaço de África plantado no Caribe, onde o clamor por liberdade e dignidade tem raízes antigas.
Na África-mãe de tantos brasileiros é Duro de carregar o fardo do neoliberalismo. Lá, como em muitos países dos demais continentes, os chamados programas de ajuste estrutural da economia fazem crescer o sofrimento, a miséria e a tristeza..., e as mulheres sofrem mais que todos.
SEM FRONTEIRAS traz ainda para os leitores de todo o Brasil a crônica de um acampamento de sem-terra no centro de João Pessoa, em Rebuliço na praça. Fala de vozes rebeldes que se unem, em Chiapas, no Sul do México, para denunciar os efeitos da onde neoliberal e anunciar a urgência de se criar uma Internacional da Esperança. Busca nos salmos da bíblia, em Lágrimas e alegrias, a força para derrotar o cativeiro e a tristeza e proclamar a festa dos libertados.
O amplo espaço reservado à África e ao povo negro nesta edição representa mais que um tributo ao povo negro, neste mês de Zumbi e da consciência negra. E também mais que a alegria de proclamar a beleza, os valores e a dignidade dos negros, a sua luta secular contra toda forma de desigualdade e discriminação.
Revista missionária comprometida com as causas dos excluídos deste mundo, SEM FRONTEIRAS abre espaço para a África e os negros, um continente inteiro e um povo esquecidos. O cristão consciente sabe muito bem de que lado Jesus se colocaria.
Ano 1996
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