Grupo de Recomposição Ambiental

GERMEN


[Principal] [P.S.Bartolomeu] [B.Camamu] [Saveiro] [Ilha Medo] [P.Predatória] [Jornal] [Ver de Trem]
[Ed. Ambiental] [Outras Ações] [Seja Sócio] [Sede] [Proj. B.T.S.] [Marisqueiras] [Saneamento B.T.S.]

BAÍA DE TODOS OS SANTOS

A Baía de Todos os Santos, considerada como área núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, é a maior Baía do Brasil com 1.100 km2 de extensão. É bordejada por exuberantes manguezais nos estuários dos rios Paraguacu, Subaé, Jaguaripe, Cobre, dentre outros, em mais de 60 por cento de seu perímetro, apresentando uma riqueza de flora e fauna com inigualáveis paisagens de costões rochosos e praias arenosas, restingas e apicuns, com a singularidade de agregar duas pequenas baías em seu interior: a Baía do Iguape e a de Aratu.

O entorno da Baía apresenta os mais elevados índices de densidade demográfica do Estado. Nos dezesseis municípios que são banhados por suas águas, perfazendo um total aproximado de duzentos quilômetros de borda, moram cerca de três milhões de baianos (nativos, naturalizados por afinidade ou conveniência), vivendo nas cercanias de um parque industrial fundamentado na indústria química e de exploração, refino e processamento de petróleo, além da indústria de celulose e de extração e beneficiamento de recursos minerais. A atividade comercial se mostra significativa, com portos e terminais marítimos e uma capacidade hoteleira dentro dos padrões internacionais. Mais de sessenta por cento da geração de capital no Estado se concentra neste espaço. Em síntese, este ambiente se mostra como um didático modelo de desenvolvimento urbano industrial dentro de uma perspectiva concentradora de terra e renda.

Obviamente que a qualidade ambiental da Baía de Todos os Santos encontra-se comprometida. Oitenta por cento dos esgotos urbanos, até então, são lançados diretamente no mar, sem qualquer tratamento. Os efluentes líquidos e emissões atmosféricas das indústrias ainda são monitorados de forma precária. Da mesma forma, os resíduos sólidos urbanos e industriais ainda não encontram disposição final adequada. Associado à questão, encontra-se uma população, em sua maioria, analfabeta e desinformada sobre a interrelação dos problemas sócio-ambientais com os quais convivem. Sentem as consequências, mas têm dificuldfades em relacionar e/ou associar aos fatos cotidianos.

O rico acervo cultural, de tradição secular, é um caminho a ser perseguido no despertar da coletividade, para discutir e definir estratégias de enfrentamento de seus temas emergentes. Por outro lado, a ação articulada com os meios de comunicação de massa, o incentivo e o acompanhamento à presença e ação do Estado, no sentido de fiscalizar e controlar o meio ambiente, o patrimônio público, a educação ambiental não formal ou mesmo o desenvolvimento de projetos de levantamento e publicação de informações/dados, levantados pela sociedade civil, sobre a qualidade ambiental são, também, caminhos a serem perseguidos.