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Até o final da década de 70, não havia no Brasil qualquer trabalho de preservação dos animais no mar. As tartarugas marinhas foram incluídas em uma lista do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal - IBDF de espécies ameaçadas de extinção. Mas estavam desaparecendo rapidamente, por causa da captura em atividades de pesca, da matança das fêmeas e destruição dos ninhos nas praias. Houve reação e denúncias, inclusive de repercussão internacional.
Em 1980, o IBDF criou o Projeto Tamar, com o objetivo de salvar e proteger as tartarugas marinhas do Brasil. O trabalho começou na Bahia (Praia do Forte), Espírito Santo (Comboios) e Sergipe (Pirambú) - estendendo-se em seguida para o resto do país - com a identificação das espécies, locais de desova, período de reprodução e os principais problemas relativos à reprodução. Os técnicos levaram dois anos percorrendo o litoral brasileiro. Em 82 e 86, a SUDEPE - Superintendência de Desenvolvimento da Pesca baixou portarias proibindo a captura de tartarugas de quaisquer espécies. Depois vieram leis, nacionais e internacionais, que hoje protegem a tartaruga marinha.
Assim nasceu o Projeto Tamar, hoje institucionalmente ligado ao IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.
Em l988 o Tamar ganhou um aliado decisivo e definitivo: a Fundação Pró-Tamar, entidade sem fins lucrativos, foi criada para apoiar, agilizar e possibilitar o desenvolvimento do trabalho de conservação das tartarugas marinhas.
Conveniada ao IBAMA, a Fundação é responsável pelas atividades nas áreas administrativa, técnica, científica e captação de recursos junto à iniciativa privada. Gerencia mais de 60 por cento da operação do Projeto, inclusive recursos humanos: dos quase 400 funcionários, 22 são contratados e pagos pelo IBAMA.
O Tamar realiza monitoramentos constantes, fornecendo apoio logístico e operacional a diversas atividades de fiscalização de unidades de conservação de ecossistemas costeiros protegidos pela Constituição Federal, para o IBAMA e outros órgãos de proteção ao meio ambiente, estaduais e municipais.
O Tamar usa criatividade para cumprir a função que lhe cabe. Desenvolve técnicas conservacionistas pioneiras e promove junto às comunidades costeiras locais a busca de alternativas econômicas não predatórias capazes de melhorarem a qualidade de vida do homem. O predador de ontem tornou-se o protetor, defensor da vida. Resultado de um intenso programa de educação e conscientização ambiental desenvolvido nesses 17 anos pelo Projeto Tamar-IBAMA.