Pedimos desculpas ao Papai Noel, mas estamos convencidos de que é preciso restituir ao Menino Jesus o lugar central que ele merece nessa festa que é só dele – e de todos nós que o embalamos carinhosamente em nossos braços e corações.

Sobretudo, de todos nós que ousamos escapar à febre do Natal de tantas futilidades para acolher e aceitar o mistério, o sonho e as lições desse Deus que nasce na simplicidade, no abandono, na exclusão.

"Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens e mulheres de boa vontade", cantam os mensageiros de Deus. SEM FRONTEIRAS canta com eles e se alegra com os pastores, porque "uma luz brilha nas trevas": Deus se faz um de nós e está à nossa frente no anúncio e na busca incessante de um mundo de bênção, paz e justiça para todos.

Esta edição da revista foi toda pensada na ótica do Natal cristão – e quando dizemos cristão é porque existem outros tantos Natais neste mundo de Deus, que de um jeito ou de outro falsificam, distorcem e também destroem a mensagem maravilhosa desse acontecimento central de nossa fé.

Lembramos, com São Francisco de Assis, que Ele se fez carne e habitou entre nós: há o risco de que a "beleza" do presépio faça perder o "realismo do nascimento do Menino Deus". Ele não nasce no abandono à toa, nem se faz pobre por prazer.

Na matéria Em busca do mistério de Deus, acompanhamos o esforço do artista para expressar no traço, nas cores e no desenho toda a ternura inefável desse Deus companheiro de todos nós.

As duas matérias sobre teologia, na América Latina – Deus já morava aqui antes – e na África – Um Cristo de muitos rostos –, mostram igualmente tentativas de trazer para mais perto o mistério divino e o significado da mensagem libertadora do Evangelho para cada povo e cada cultura.

A História de um coração apaixonado lembra alguém que até pelo nome – Teresa do Menino Jesus – nos aproxima do espírito sagrado do Natal. Ela é grande porque se fez pequena. Porque amou perdidamente.

Uma rápida viagem ao Egito, em seguida, para ficar conhecendo a história triste de uma mulher, em Maria, Maria, e, finalizando, uma reflexão sobre o Novo Milênio na ótica das opções que Deus faz em Jesus, em Bairro 2000.

Só resta agradecer por todo o apoio e incentivo de quantos nos acompanharam durante mais este ano de 1997. E desejar, com o coração em festa, a todos: Feliz Natal! Feliz Ano de 1998! Mais um ano... sem fronteiras.

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    On line: 20.01.98