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Preservando as Tartarugas


3. AS AMEAÇAS


Luzes Elétricas - A expansão urbana, com o aumento de construções e de estradas à beira-mar, fez crescer a incidência de luzes nas áreas de desova. Essas luzes afuguentam as tartarugas que vêm para desova e desorientam os filhotes, que atraídos por elas, se afastam do mar. Por isso o Tamar conseguiu aprovar leis que impedem a instalação de pontos de luz em áreas de desova e hoje faz uma campanha para substituição, nessas áreas, das luminárias convencionais por outras, especialmente desenhadas, para que a luz não incida diretamente sobre a praia.


Redes de Pesca - A pesca às tartarugas é proibida por lei federal, que pune o infrator com prisão inafiançável. Entretanto, muitas vezes as tartarugas se emalham, acidentalmente, nas redes de pesca (ou currais, arrasto, redes de espera e de deriva) e, sem poder vir à superfície para respirar, acabam desmaiando. Quando o pescador retirava a rede e via uma tartaruga desmaiada, ele se assustava, temendo ser acusado de estar caçando tartarugas e a jogava no mar, para se livrar de uma acusação. Desmaiada, a tartaruga acabava morrendo afogada. O Tamar desenvolveu então uma campanha educativa (Tudo que Cai na Rede é Peixe), ensinando a reanimar uma tartaruga. É preciso colocar-se a tartaruga desmaiada de barriga para cima, com a cabeça um pouco mais baixa que o resto do corpo e massagear o ventre, para retirar a água que está nos pulmões. Depois, deve-se colocar a tartaruga na sombra até que ela comece a bater as nadadeiras sobre o peito. Quando isso acontece, está pronta para ser devolvida ao mar.


Caça e Coleta de Ovos - Antes do Tamar, era um hábito comum matar tartarugas marinhas para se consumir a carne e usar o casco para fazer armações de óculos, pentes e enfeites como pulseiras, anéis e colares. Geralmente elas eram apanhadas quando subiam à praia para desovar. Também os ovos eram retirados, pelos habitantes desssas praias, para alimentação. Hoje essas práticas não acontecem mais, nas áreas de atuação do Projeto. A caça e a coleta de ovos são proibidas por lei, ficando o infrator sujeito à prisão sem fiança.


Tráfego na Praia - O tráfego de pedestres e veículos nas praias de desova pode aumentar a mortalidade dos ninhos de tartarugas, porque torna a areia compacta e desencoraja as fêmeas que chegam para a postura. Além disso as marcas de pneus a areia dificultam a caminhada dos filhotes em direção ao mar e o risco de atropelamento é constante. Existe ainda o perigo representado pelo tráfego de embarcações marítimas junto às áreas de desova. O movimento pode atrapalhar o acasalamento e espantar as fêmeas que chegam para a desova.


Poluição - A poluição das águas por elementos orgânicos e inorgânicos, como petróleo, lixo, esgoto, interfere na alimentação e locomoção e prejudica o ciclo de vida desse animais.


Sombreamento - Construções altas e plantações de grande parte no litoral podem aumentar significativamente o sombreamento das praias de desova, diminuindo a temperatura média da areia e provocando um aumento no número de filhotes machos.


Predação - Tartarugas marinhas juvenis e adultas têm uma certa segurança em relação a inimigos naturais. É na época da desova que elas se tornam mais frágeis, podendo ser atacadas pelo homem ou terem seus ninhos destruídos por outros animais predadores terrestres, como cachorros, gatos, raposas e aves. Por serem muito pequenos, o filhotes também são vulneráveis.